Pra não passar em branco: a resenha de um dos meus filmes favoritos!
O que é um filme, senão 24 frames por segundo, 1.440 frames por minuto, 86.400 frames por hora? (muita coisa, mas deixando elas de lado...) Paranoid Park é basicamente 122.400 frames maravilhosos em 85 miutos, resumindo: uma belíssima fotografia.
Apesar de que para umas pessoas Paranoid Park pareça ter apenas um frame muito longo, esse filme que pode parecer muito tedioso, é simplesmente um dos filmes mais belos que eu já vi, e posso dizer isso sob todas as perspectivas, seja técnica ou emocional, essa obra máxima de Gus Van Sant, baseada no livro homônimo de Blake Nelson aborda de uma forma magnífica toda a dramaticidade e complexidade do adolescente moderno.
Diferentemente de muitas obras, sejam literárias ou cinematográficas, que abordam este tema de uma forma piegas e superficial, Van Sant, com seu estilo único e inconfundível vai a fundo na nostalgia e nas angustias que afligem a todos durante esse processo de amadurecimento prematuro, tudo isso muito bem contextualizado em uma trama à La Kafka, onde a culpa é o ponto central da história. O enredo do filme faz do espectador um cúmplice único e cria entre o personagem principal, Alex, e o publico uma relação de intimidade e isolamento, deixando todo o resto do mundo de lado, um exemplo disso é o fato de que em momento algum a câmera centraliza em outro personagem que não Alex, a tal ponto de em alguns deles não se ver nem a fisionomia, dando ênfase a essa relação isolada de Alex com todos, levando ele a desabafar seu drama em um diário, e é este que conduz em um ritmo bem calmo o espectador pelo filme. Inicialmente somos apresentados a uma personagem indiferente ao mundo ao seu redor, consumido por alguma espécie de sentimento horrível, e isso vai envolvendo o espectador a ponto de fazê-lo partilhar deste anseio com Alex, ainda que nem um motivo seja oficialmente apresentado para justificar tal sentimento, que aos poucos vai se revelando ser uma culpa desmesurada por ter acidentalmente assassinado um guarda. Não fica claro durante todo o filme, se alguém descobriu ou não que Alex é o assassino, o que leva o emocional da personagem e do público à uma insanidade reprimida e quieta. Não só os elementos psicológicos do filme constroem esse clima de depressão e angústia gerados pela culpa, mas também os aspectos técnicos como a já mencionada fotografia e ainda mais, as músicas, os cenários e o ritmo contribuem para essa deturpação dos sentimentos que por fim joga o espectador em um poço de merda e faz ele se afundar por inteiro!
Enfim, Paranoid Park é um dos filmes mais marcantes da minha vida, exatamente por mostrar de um jeito único a adolescência, chegando a fazer dela uma personagem, de forma vista antes apenas nas obras de Truffaut, que aliás, exerce com certeza uma grande influência neste filme.
Apesar de que para umas pessoas Paranoid Park pareça ter apenas um frame muito longo, esse filme que pode parecer muito tedioso, é simplesmente um dos filmes mais belos que eu já vi, e posso dizer isso sob todas as perspectivas, seja técnica ou emocional, essa obra máxima de Gus Van Sant, baseada no livro homônimo de Blake Nelson aborda de uma forma magnífica toda a dramaticidade e complexidade do adolescente moderno.
Diferentemente de muitas obras, sejam literárias ou cinematográficas, que abordam este tema de uma forma piegas e superficial, Van Sant, com seu estilo único e inconfundível vai a fundo na nostalgia e nas angustias que afligem a todos durante esse processo de amadurecimento prematuro, tudo isso muito bem contextualizado em uma trama à La Kafka, onde a culpa é o ponto central da história. O enredo do filme faz do espectador um cúmplice único e cria entre o personagem principal, Alex, e o publico uma relação de intimidade e isolamento, deixando todo o resto do mundo de lado, um exemplo disso é o fato de que em momento algum a câmera centraliza em outro personagem que não Alex, a tal ponto de em alguns deles não se ver nem a fisionomia, dando ênfase a essa relação isolada de Alex com todos, levando ele a desabafar seu drama em um diário, e é este que conduz em um ritmo bem calmo o espectador pelo filme. Inicialmente somos apresentados a uma personagem indiferente ao mundo ao seu redor, consumido por alguma espécie de sentimento horrível, e isso vai envolvendo o espectador a ponto de fazê-lo partilhar deste anseio com Alex, ainda que nem um motivo seja oficialmente apresentado para justificar tal sentimento, que aos poucos vai se revelando ser uma culpa desmesurada por ter acidentalmente assassinado um guarda. Não fica claro durante todo o filme, se alguém descobriu ou não que Alex é o assassino, o que leva o emocional da personagem e do público à uma insanidade reprimida e quieta. Não só os elementos psicológicos do filme constroem esse clima de depressão e angústia gerados pela culpa, mas também os aspectos técnicos como a já mencionada fotografia e ainda mais, as músicas, os cenários e o ritmo contribuem para essa deturpação dos sentimentos que por fim joga o espectador em um poço de merda e faz ele se afundar por inteiro!
Enfim, Paranoid Park é um dos filmes mais marcantes da minha vida, exatamente por mostrar de um jeito único a adolescência, chegando a fazer dela uma personagem, de forma vista antes apenas nas obras de Truffaut, que aliás, exerce com certeza uma grande influência neste filme.
Paranoid Park (2007)
Um comentário:
bem escrito o texto
mas uma critica não deveria contar todo o filme
Postar um comentário