Há uma banda islandesa chamada Sigur Rós. Escuto ao filme deles – Heima – enquanto escrevo esse texto.
De certa forma fora o filme que me levou à inspiração de escrever.
Recomendo, a propósito que assistam ao filme. É um retrato muito bonito da Islândia sob o olhar desse grupo de pessoas – a banda –.
Mais especificamente, o filme mostra imagens primorosas do país ao som de musicas da banda intercaladas por depoimentos de seus integrantes.
Enfim, o que me traz aqui é a premissa da coisa toda. A premissa que enxergo no filme.
Eles pretendem, tão somente, falar sobre aquilo que conhecem. O filme mostra shows que a banda faz por diversos lugares da Islândia.
Em pleno inverno (realmente) rigoroso, fazem shows em campos abertos e multidões se atraem pra assisti-los. Adultos, jovens, crianças, bebês de colo e idosos. Famílias e grupos de amigos. Gente de todo o tipo é posta lado a lado ao som tão especifico da banda.
A harmonia desse retrato – das pessoas à musica – é uma representação da Islândia. A cultura do pais é muito viva no filme.
Os instrumentos são muito relativos a cultura local. Num dado momento os integrantes – sempre sob uma fotografia magnífica – saem pelos campos recolhendo pedaços de madeira e pedra e criam instrumentos a partir deles. Por fim levam os instrumentos a uma caverna de gelo e fazem um show ali.
Enxergo nisso tudo um discurso implícito sobre como certas coisas no mundo – nesse caso a musica – são comum a todos os homens, adaptando-se somente as situações.
Numa cena se vê um lindo campo vazio, onde aos poucos vai se juntando um numero considerável de pessoas de todos os tipos. Todos muito agasalhados vão, pouco a pouco, tomando assento na grama até a entrada da banda. Em diversos aspectos essa imagem remete à lembrança de Woodstock.
É sobre esse discurso implícito que falo. A qualidade transcendental de alguns fenômenos. A musica sendo um deles. Independente da cultura referente, a musica alcança os mesmos efeitos onde quer que seja.
Ainda, a simplicidade do que é mostrado, a humildade de se ater ao seu próprio conhecimento de mundo, me lembra em muito ao documentário do João Moreira Salles – Santiago –.
Num discurso mais aberto e referente justamente às qualidades e atribuições de um filme documental, Salles discorre sobre sua perspectiva do que deve ser um documentário.
E a partir de um conhecimento próprio e um entender, enunciadamente, particular do que se trata um documentário, o diretor discorre, de forma condizente com o discurso do filme, sobre como um documentário é algo que se faz de dentro pra fora.
Quando diz de dentro pra fora Salles determina que o documentário deve ser a apresentação de um espectro de mundo, particular ao referente narrador, apresentado a partir do ponto de vista desse referente, propondo assim um conhecimento àqueles que estão de fora desse mundo.
É essa qualidade que enxergo no filme do Sigur Rós. O retrato de um espectro que desconheço. O enunciar de um mundo conhecido por quem o enuncia. Conhecemos, então, uma parte da Islândia. Recortes éticos – e por éticos me refiro aos modos e costumes – são apresentados sob um caráter de simplicidade.
Em poucas palavras e a grosso modo, acho que é isso que falta nas representações de mundo hoje em dia. Acho que se sobrepõe muito as presunções de querer abraçar à todas as coisas sob uma verdade universal. E que falta muito, pessoas afim de falar sobre a pequena sabedoria e entendimento que tem dentro do nosso grande espectro universal.
Acho mais.
Acho ainda que requer muita coragem pra fazer um discurso simples e – num bom sentido – humilde, como o que vejo nesse filme.
16 comentários:
não conheço a banda, mas acredito que falte um pouco desse espírito para a música brasileira...sentimento simples....abraço
Achei muito bonita a forma como é escrito o nome da banda, mas como se pronuncia?
Não conheço a banda tmbém, mas vou ouvi-la, gostei...Rs
Beijinhos
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www.jehjeh.com
Opa! Fiquei interessado no filme e na música. Vou procurar! Valeu pela dica e parabéns pelo texto.
Abraço,
http://cafecomnoticias.blogspot.com
Pow, a banda e o filme parecem ser bem interessantes. Vou procurar mais sobre eles. E você falou de uma forma bem detalhada sobre, gostei!
a banda não conheço...mas vou da uma pesquisada...o filme parace ser bom...2 dicas em um blog...muito bom...
Gostei da sua dissertação, me convenceu a querer assistí-lo.
Aqui em SP tem uns camelôs nerds na Augusta que tem esses filmes mais Cults, perguntarei por este lá.
abç
Pobre Esponja
a banda n conheço
mas me interessei pelo longa!
mt bom o blog
abraços
retribui?
www.futebobeiras.com.br
Realmente, Sigur Ros é uma das minhas bandas favoritas. O trabalho solo do Jónsi parace que vai ser muito bom também. Perdi as contas de quantas vezes assisti a esse filme. A fotografia é sensacional. Esse sentimento de simplicidade da banda me encanta, e o país, as paisagens, são um sonho. Bom encontrar alguém que goste também.
Abraço!
Realmente, Sigur Ros é uma das minhas bandas favoritas. O trabalho solo do Jónsi parace que vai ser muito bom também. Perdi as contas de quantas vezes assisti a esse filme. A fotografia é sensacional. Esse sentimento de simplicidade da banda me encanta, e o país, as paisagens, são um sonho. Bom encontrar alguém que goste também.
Abraço!
Hummm gosto de bandas estrangeiras...
ainda mais as menos conhecidas rsrs
Terei de ver o filme /curiosa AUSHAUHSU'
Bjs
Olha a coincidência eu estava ouvindo
Heysátan do Sigur,quando cheguei á esse blog,não conheço esse filme por ser um fã recente de Sigur Rós,mas se tu souber de um lugar que venda se quiser me emprestar,me avisa cara...
flw...adorei o blog...
é sempre satisfatório ler sobre um assunto de meu interesse e sabiamente escrito....
vou ouvir a banda rs...
visita? $:
www.walkingoncircles.blogspot.com
www.walkingoncircles.blogspot.com
mttt obg *-*
Um escritor, poeta como ele faz perceber que para tal a vida vivida tem que ser essencialmente interessante.
Olha você busca informações remotas, adoro isto, muito bom!
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