18 abril, 2010

Gavras e a Grécia


Os helênicos enfraquecem, e desta vez a culpa não é do Fidel. Seu abalo econômico interno ameaça toda a estrutura econômica do grande bloco em que se insere – a UE -.

Natural da Grécia, Gavras – e desta vez falo do pai, não da filha –, tenho certeza, contempla o momento de seu país em perspectiva de um futuro retrato sobre o atual momento.

Costa Gavras e seu cinema de caráter político.

Já gravou por inúmeros países, tratando do sistema interno – político – de cada país.

Faz das localidades em que filma próprios objetos e personagens de seus filmes. Retratos específicos de contexto emergem de suas obras e elucidam um dado momento histórico de algum sistema social especifico.

Gavras, o grande. O grande cineasta internacional. O grego global.

De grego e global, Gavras tem tanto quanto a situação econômica de seu país de origem.

Como disse, a crescente divida externa grega põe em virtual risco todo o bloco europeu, bem como – num segundo momento – o resto do mundo.

O pepino grego que se internacionaliza.

E Gavras – tao voltado a critica sobre disfunções políticas – ainda não mostrou seu furor contra a própria pátria. 

Não duvido, no entanto, que o fará – e logo, logo –. E quando o fizer, sua vertente esquerdista – outrora muito mais radical, nos tempos da guerra civil grega por exemplo – seguirá a coerência de raciocínio de qualquer pensamento esquerdista num momento de falência publica do capital. 

Gavras tornará o assunto todo mais publico do que já é, em perspectiva de expor o sistema capitalista, neo-liberal, em seu momento de fragilidade – como fez antecipando a recente crise americana, em seu filme “O Corte” –.

Em seu “Z” ou em “Estado de Sitio”, Gavras já mostrou que não poupa os equívocos administrativos que dizem respeito à estrutura de um país inteiro. Acho difícil que poupe essa, se o fizer é por ter em obras como – justamente – “O Corte” uma narrativa que já dá conta do principio de todas as crises e rachaduras no sistema capitalista – a exploração do operário subsidiada pela ideologia do sistema –.

O que sei é que de governos esquerdistas e crises financeiras queremos mais é distância.

Admiro muito Gavras e seu bravo cinema – de valor inestimável ao retratar governos opressores –.

Espero – no entanto –  que suas ideologias reacionárias se limitem às curtas fronteiras de existência dos vermelhinhos moribundos, tanto quanto a crise da Grécia – espero –  se limite ao seu próprio país e aos porquinhos do mesmo chiqueiro – PIIGS – . 

10 comentários:

Nathalia Cardoso disse...

muuito bom! censo crítico a flor da pele! :)
parabéns!

http://palavracontemporanea.blogspot.com/

Unknown disse...

Muitoo bomm emm!!
Parabéns pelo Blog!!
Beijos

Eduardo Andrade disse...

cara você parece um crítico nato já... fiquei impressionado, parabéns, vou visita-lo mais vezes, pode esperar

Malu Attaque disse...

Excelente!
Eu, como cinéfila doente, vou passar a acompanhar aqui sempre!
Está de parabéns!
Estou seguindo!

Um beijo,
Lu.
http://lanternadealhures.blogspot.com

mendfrases disse...

o texto ou talvez o blog fooi uma mistura de textos criticos e de textos discursvo muito interressante uma booa *----*
Parabens

Anônimo disse...

ótimo senso crítico *-*

http://walkingoncircles.blogspot.com/

Anônimo disse...

tu é bom na crítica cara! Parabéns.
http://analisefc.blogspot.com/

Thainá A. disse...

poxa, adorei! muito bom mesmo o senso crítico, parabéns e continua assim!

http://atipicoeu.blogspot.com/

Gabriel Pozzi disse...

Olá!
Quero agradecer por sua visita ao meu blog, e aos elogios ao texto! :)
claro que visitei seu link que falava do Sigur Rós, e acho que você pegou no ponto certo, conseguiu explicar direitinho o que eu quis dizer com "arte dentro da arte", concordo com tudo que vc disse naquele post, principalmente da humildade com que eles tratam a música (é revolucionário e despretensioso).

E te invejei muito por ter assistido Heima!

Enfim, li mais coisas de seu blog, e adorei, como esse post. Como já disseram, você falou de Gavras de uma forma excelentemente profissional, gostei mesmo. E concordo, um ponto de vista esquerdista sempre é interessante de ser acompanhado desde que o cineasta seja um bom crítico. Não duvido de Gavras após seu post rsrs

Espero que volte ao meu blog, pois voltarei sim no seu :)

http://songsweetsong.blogspot.com/

Rafael disse...

muito bom texto.
dá uma olhada no
barecon.wordpress.com
abs